sexta-feira, janeiro 30, 2004

 

Pessoas

Porque é que as pessoas partem da nossa vida? Porquê?
E não falo daqueles amigos que ficam para sempre, nem dos se afastam, morrendo.
Falo do imenso número de pessoas que entraram na minha vida e nela permaneceram algum tempo. Pelos mais diversos motivos, amigos de amigos, colegas de trabalho, parceiros de viagem, obras do acaso, o que for. E que, pelos mesmos motivos, um dia partiram....
Eu observo muito, capto melhor, tiro sempre algo das pessoas que conheço e gosto. Fico sempre com um bocado, que passa a fazer parte de mim, um sorriso, uma expressão, uma exclamação, uma brincadeira, uma mania, qualquer coisa...
Sou, assim, um conjunto do que de mim veio e do que "roubo" de inúmeras pessoas.
Quando partem fico sempre com a sensação que parte um pouco de mim, esse bocadinho que eu tinha. E já me partiram muitos bocadinhos, por isto ou aquilo.
Porque é que as pessoas partem da nossa vida?
Ou serei eu que as deixo partir?
Ou o que poderei fazer, para as não deixar partir?


quarta-feira, janeiro 21, 2004

 

A alma

A propósito de outros assuntos mais científicos, (pois, pois!), pus-me a pensar no seguinte: Será que os intestinos são, afinal, o espelho da alma?... E mais, serão o local onde se esconde a nossa alma?
Eu sei que todos gostam de imaginar a alma alojada, e acarinhada, no quente do coração. E que uns olhos, límpidos e transparentes, são o verdadeiro espelho dessa alma.
Mas, se as nossas bactérias forem a nossa alma, então é o recanto mais reles e sujo do nosso corpo, a sua morada dilecta.
As bactérias??... Pois, agora devem estar a pensar: o gajo ficou parvo de vez! Não faz mal, soltem só um pouco a imaginação.
Não vejam só uma bactéria, uma mísera bactéria... Vejam antes a imensa mole de bactérias que existe em nós, desde que nascemos. Uma imensidão tão grande, que forma algo com mais de mais de 100.000.000.000 de células, o que é 10 vezes mais que as nossas próprias células. Algo com um património genético de 70.000 genes, o que é mais do dobro da nossa própria diversidade genética. Imaginem algo capaz de produzir uma energia infinita e constante, independente da nossa própria energia. Algo que comunica permanentemente connosco, através de pequenas proteínas e neuro-transmissores, e que pode condicionar as nossas emoções e afectos. Enfim...algo suficientemente imortal para ser uma alma.

Pode ser só imaginação, mas as nossas bactérias podiam bem ser a nossa alma.
E pensem lá se não é a nossa tripa que traduz, com mais clareza, os nossos estados de alma.



quinta-feira, janeiro 01, 2004

 

Ano domini 2004

Ora cá estamos, já do outro lado, no Ano Novo
Ontem foi um dia calmo:
De manhã, o hospital estava como habitualmente, apenas mais vazio de gentes e doentes.
Fizemos um pequeno almoço no Serviço, onde desejámos o melhor 2004 para todos.
De tarde, estive em casa a tomar conta dos miúdos e a não fazer nada.
Tentei aqui vir para postar qualquer coisa, mas o blogger esteve sempre em baixo.
Fui jantar/cear a casa de um amigo meu e, foi aí, que ouvi as doze badaladas.
Bebi um pouco demais (costume)… e hoje estou com azia.
Como vêem, foi um dia muito normal…
Mas o que aqui me trouxe foi desejar a todos um bom 2004 e, acima de tudo, que seja diferente dos que já passaram. Que imaginem novas coisas, que conheçam novas pessoas, que viagem a novos sítios, que saltem novos muros…