quinta-feira, março 29, 2007

 

Enfim!

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Epá, tenho andado muito distraido, ocupado, atarefado, sei lá... Sobretudo a fazer planos e pesquisas na internet, descer avenidas e cruzar ruas, downtown primeiro e uptown depois, ou então tudo ao contrário e depois logo se vê.
Pois é, amanhã vamos de viagem até New York... Há-de ser muito bom!!




Prometo dar notícias... ou é melhor não prometer?

sexta-feira, março 23, 2007

 

O melhor mesmo, é praticar...

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quarta-feira, março 21, 2007

 

Primavera

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Entrou, sentou-se e voltou-me a contar tudo o que já me contou vezes sem conta, sem melhoras nem pioras. E ali ficou, triste e abatida, como quase sempre, à espera da minha resposta, da minha receita.
Sem saber o que lhe dizer além do que já lhe tinha dito dúzias de vezes, sem nada para lhe receitar para além dos mesmos anti-espasmódicos do costume, disse-lhe "Olhe, amanhã começa a Primavera... Não tome nada e dê uns passeios!"

quinta-feira, março 15, 2007

 

Curvemo-nos!

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Já passou o momento. Exultemos!


segunda-feira, março 12, 2007

 

Ainda é muito novo

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Tudo nele é correcto e ordenado, tudo nele transpira competência, demasiada talvez, e tudo para ele obedece aquela lógica exacta das coisa certas. Fala de uma forma pausada e pensada, a dicção é clara e perfeita, e coloca todo o enfâse nos pontos chave do discurso.
É assertivo, como se gosta agora de dizer... Acha sempre que consegue moblizar o melhor de cada um de nós, até dos doentes. É muito novo digo eu, ingénuo até, e ainda não sabe que há vontades que nunca se mobilizam... nem nos doentes!

A doente - uma velhota meio demênciada, com mais de 80 anos - entrou na sala deitada na maca, ainda pouco agitada mas já de olho desconfiado. Eu encostei-me na bancada, cá bem atrás, e fingi que tirava qualquer coisa de uma unha. Ele, depois de verificar a luz e a aspiração, voltou-se para a maca, pronto para a enfrentar e para mostrar serviço.
- Dona Eva, vamos-lhe fazer uma endoscopia para observar o seu estômago, porque...
- Não quero! Não quero!
- Dona Eva, é muito importante... A senhora teve uma hemorragia muito grave e só a endoscopia pode detectar...
- Não quero fazer a porra do exame!
- Dona Eva, não vai custar nada... Demora apenas uns minutos e é extremamente importante...
- Já lhe disse que não quero!
- Bem, vamos primeiro colocar-lhe um spray anestésico na garganta que lhe vai....
- Não!!
- Abra lá a sua boca, dona Eva, não custa nada... O spray sabe bem e vai proteger...
- Ahhh cabrão, que me queres envenenar!
- Ó dona Eva, por favor... Acalme-se, esteja calma... Já lhe disse que não lhe vamos fazer mal.
- Aiiii.... O que é isto?
- O quê, dona Eva
- O que é esta merda que me está a apertar o braço?
- É do aparelho de medir a tensão, dona Eva... Para termos a certeza que está tudo bem consigo.
- Tire-me isto! Tire-me isto!
- Acalme-se, dona Eva, está tudo bem... Vamos já começar
- Não! Tire-me esta merda!
- Ó dona Eva, então? É importante isso estar aí, vá lá... não custa nada!
- Ai não? Então ponha-a a apertar a sua gaita!

Aí, ele embatucou. Com o endoscópio tristemente pendurado, olhou para mim à procura de uma resposta. Fingi que não me ria e disse-lhe:
- Ó Vitor, vê lá se não ficas aí na conversa o dia todo... Enfia-lhe um Midazolam e faz a endoscopia!

quinta-feira, março 08, 2007

 

Por favor..

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Aproxima-se o momento solene. Ajoelhemo-nos, por favor!


segunda-feira, março 05, 2007

 

Um Exagero

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- Doutor, preciso de lhe pedir uma coisa...
Disse esta frase depois de uma pequena pausa, depois do longo e costumeiro monólogo, depois de despejar toda a verborreia, todas as histórias dos últimos quinze dias, do cão que já está quase cego, da prima ainda mais doente que ela e da filha que está longe e liga pouco. Como já a conheço muito bem, aproveito para escrever na ficha médica "Clinicamente bem" ou "Na mesma...", pedir as análises do costume e passar as devidas receitas. A dona Flôr tem um Crohn com anos e anos de evolução - acho que com mais anos do que os que eu tenho de idade - já passou por inúmeros médicos, já fez várias cirurgias, já teve uma colostomia e não liga nada ao que eu lhe digo. Por isso desisti, desde há muito tempo, de lhe dar conselhos... limito-me a tentar detectar alguma complicação que possa ocorrer e dizer que sim a todas as decisões que ela toma, mesmo que me pareçam muito pouco razoáveis.
Assim, quando largou aquele anúncio de "um pedido", saí do meu alheamento...
- Diga lá o que é que precisa, dona Flôr
- É que eu ando a querer comprar um carro novo...
- ... ??
- E com estas minhas doenças todas... com estas complicações todas... podem-me dar incapacidade!
- Sim.
- Eu do doutor só preciso de um relatório completo da minha situação...
- Ahh, um relatório...
- É que assim junto aos dos outros médicos e vou à Junta... Se me derem a incapacidade não pago os impostos e o carro fica muito mais barato!
- Está bem, dona Flôr, eu passo-lhe um relatório dos seu problemas intestinais. Venha cá na semana que vem que já estará pronto!
E lá lhe passei o relatório, circunstanciado e exaustivo, onde explicava todas a cirurgias a que tinha sido submetida e as dificuldades funcionais que padecia.

Passado alguns meses, voltou à consulta. Estava bem menos faladora e tive que ser eu a puxar por ela, a perguntar-lhe pelo cão cego e pela prima doente. Até que me lembrei e lhe perguntei:
- E o carro novo, dona Flôr?
- Não comprei...
- Não? Mas então porquê?
- Tiraram-me a carta!
- Tiraram-lhe a carta? Ó dona Flôr, não me diga que fez alguma?
- Não doutor... Ela é que exagerou!
- Ela?
- Ela... A doutora Rosa da Neurologia exagerou... Também fez um relatório da minha Miastenia Gravis e disse que eu não tinha força nos braços, nas pernas.... sei lá que mais!
- Ahhh...
- E quando lá cheguei mandaram-me para o Delegado de Saúde que disse que eu assim não podia conduzir...
- ...
- E tirou-me a carta!

domingo, março 04, 2007

 

De volta

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Gostei de Innsbruck. Gosto sempre destas coisas, não sei porquê... :)

sexta-feira, março 02, 2007

 

Escapadela

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Quase sem ninguém notar, escapei-me até Innsbruck. Não, não foi para esquiar... foi mesmo para ciência.