segunda-feira, agosto 15, 2005

 

De serviço (II)

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Calhou, este fim de semana, ler uma entrevista de Sobrinho Simões onde falou de médicos, doenças e doentes. Sobre estes últimos, apontou com clareza um defeito, com o qual concordo plenamente: a extraordinária falta de objectividade e assertividade do doente português.
Um doente anglo-saxónico é capaz de explicar, rápida e succintamente, um determinado sintoma. Um doente português, não! Exemplificando: um inglês, sobre uma dor abdominal, é capaz de dizer exactamente o local onde doi, o tipo de dor que é (aperto, facada, moinha...), durante quanto tempo doi e o que faz aliviar a dor. O doente português não é capaz de fazer isto... Quando perguntamos onde doi, responde que é “em todo o lado”; quando perguntamos como é a dor, diz que é “assim...”; quando queremos saber quando é que doi, responde que “sempre”; quando perguntamos o que é faz aliviar a dor, diz que “nada”.
Mais que um problema cultural, é um problema educacional: isto pode-se ensinar na escola.... a ter uma maneira de pensar mais “científica”.

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