quarta-feira, fevereiro 21, 2007

 

O Carniceiro Extirpador

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Às vezes somos apanhados, assim como que meio desprevenidos, e descobrimos as nossas pequenas fragilidades. Descobrimos que, por mais anos que passem, a imunidade nunca é total e que a couraça tem algumas brechas.
Quando li a carta, deu-me até vontade de rir. Sabia que, por isto ou aquilo, ele não tinha gostado de mim, não nos tinhamos entendido e ele até tinha passado a ser seguido noutro hospital, já lá vão mais de seis anos. É normal, acho...
Mas depois, ao lembrar-me da passagem " se estou vivo posso agradecer... a que eu fosse acompanhado por um verdadeiro especialista e por eu ter tido a coragem de deixar de tomar toda a medicação receitada por esse carniceiro extirpador..." a coisa começou a remoer. Revejo tudo - tudo o que me lembro - e não consigo perceber o que lhe possa ter feito, ou dito, para me ter tamanha raiva. Só não o consegui por bom... nem mesmo um bocadinho melhor! Será porque pensava que a melhor solução era operar?
Não sei... Ou melhor, sei que neste caso tenho a consciência bastante tranquila. Mas não precisava nada de ter lido aquela carta!

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